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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Circo - Dor - Desabafo





"Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade"



As vezes eu evito me abrir pelo simples motivo de acreditar que aquilo que vou dizer pouco importa ou vai soar meio "depressivo". Eu jamais ousaria parecer triste, afinal, eu sou a menina das piadas, das tiradas engraçadas, a "anima-festa" que todos querem por perto.

Mas, às vezes, bem raramente, quero tirar essa máscara desgastada de palhaça que uso há tantos anos. Olho para o relógio de parede agora me perguntando "quantos anos?" e não sei responder por quanto tempo venho me escondendo atrás de uma personalidade cômica a fim de esconder essa angústia.

Já já isso passa, e o palhaço volta ao palco com sua pintura inalterada. A maquiagem faz seu trabalho e ninguém nota as marcas de choro em seu rosto ou a tristeza em seu olhar. Ninguém nota que o pastelão sofre, afinal, o show tem que continuar.


"Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria"



Não acho, nem sequer tenho a pretensão, que alguém aqui entenda o que quero dizer. Ou melhor, que alguém leia esse texto tão longo falando de maneira enigmática sobre dores não confessadas. É difícil ser a forte, a valentona, a amiga que ouve os problemas de todos e ajuda. Por isso que, às vezes, não me identifico apenas com o palhaço da música, mas com o domador também:


"De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome"


Tristemente, todos só enxergam esse meu lado palhaça, esse meu lado moleca, esse meu lado forte. E, na verdade, me encolho dentro de uma caixinha de música esperando alguém aparecer e abri-la com jeitinho. Se todos soubessem o quão frágil eu sou, talvez não me machucassem tanto... Ou talvez, em sua sordidez, me machucassem mais, É difícil saber.

"Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora"


Tão fácil usar Nara Leão para me abrir. Tão fácil usar ela, tão linda, tão magra, tão talentosa. O Circo é uma música que sempre me acompanhou. Me acompanhou sempre nesse meu desejo de ser aceita, de estar no meio e não às margens de tudo. Dói tanto, mas tanto, que é difícil não chorar.

Eu sempre pensei que com o tempo tudo passaria e seria apenas um detalhe besta, algo de um passado adolescente que já foi, de uma dor antiga que não me afetaria mais. Pois já são vinte e oito invernos passados nesse tormento.

Um lamento que persiste mesmo com todos os sonhos realizados. Diplomas alcançados. Marido escolhido, filho presenteado. Amigos ao redor. Família lado a lado. Mas a dor de faltar algo e ser deixada à margem é dura e machuca...

E o sentimento de solidão volta. O vazio volta. A dor passa a integrar cada partícula. Partículas doloridas de uma sofrida existência. Por que tudo tem que ser tão difícil...?


"Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança"


obs.: não sei porque raios coloquei uma foto do FA - vocalista do Teatro Mágico numa postagem de uma música que a Nara Leão canta maravilhosamente. Mas acho que a sua expressão nessa foto é como a minha ao escrever esse pequeno e singelo desabafo. Claro que não espero que ninguém tenha lido até aqui. Beijo enorme. <3

Aaaaaaaaaaah... Voltando!!!

Minhas amadas, queridas, idolatradas, salve-salve, Borboletas!

Para variar a minha falta de tempo me tirou daqui. Sim... FAL-TA-DE-TEM-PO.

Só penso comigo mesmo: como a falta de tempo me faz largar o NF/LF? A falta de tempo deveria me fazer largar é a comida de vez.

Bom, dentro dessa lógica não-lógica eu volto pras minhas postagens e para vocês, confessando que há meses não sinto borboletas no estômago.

Vou aproveitar uma viagem para me focar na dieta. Como só eu vou cozinhar e meu marido também precisa emagrecer, vou pegar firme.

Amanhã me peso (não faço ideia do meu peso, sério) e volto aqui para contar.

Agora vou correr nos blogs das amigas queridas para comentar e ver o que aconteceu nesses dois últimos meses de comilança da minha parte.

Um beijo enorme, com muito carinho (e, infelizmente, muita gordura).

<3